Fortunato Fialho - O primeiro prefeito de Barra do Corda
FORTUNATO
RIBEIRO FIALHO nasceu em Sobral, no Ceará, no ano de 1834, e, ao contrário do
que asseveram os historiadores, não veio para Barra do Corda acossado pelo mais
severo período de seca prolongada da história cearense, e que levou à emigração
maciça de retirantes, isto é, os idos de 1877-79. Em Barra do Corda já na década
de 1860, foi alferes da 4ª Companhia do Batalhão nº 43 da Guarda Nacional; Vereador
suplente no quatriênio 1869-1873; Subdelegado suplente de Polícia, em 1870;
Subdelegado de Polícia, em 1872; vereador no quatriênio 1873-1877; Juiz de Paz
no quatriênio 1873-1877; Delegado literário (Delegado da Instrução Pública),
nomeado em 1885; 1º Suplente de Juiz Municipal, nomeado para o quatriênio
1888-1892 e Agente do Correio, em 1889. Foi também um bem-sucedido comerciante,
casado com a grajauense Petronilia Alexandrina Ribeiro.
Chefe
do partido Federalista de Barra do Corda, foi ele o nosso primeiro Intendente,
cargo equivalente ao de Prefeito, cujo pleito exerceu de 1894 a 1898. Sua
administração foi sobretudo voltada para o progresso e prosperidade, tanto que
presidiu, em 1895, a “Companhia Prosperidade Barra-Cordense”, entidade que
conseguiu atrair os investidores da Capital, impulsionou o comércio e trouxe o
desenvolvimento. Construiu o Cemitério Público, o Matadouro (Curral do
Conselho) e a Rampa, por sinal com obra de arte ensecadeira, para ver as
embarcações atracarem sem encalhamento.
Eleito
Deputado Estadual em 9 de dezembro de 1900, achava-se na Capital por ocasião do
morticínio de Alto Alegre, em 13 de março de 1901. O então presidente da Câmara
de Barra do Corda, Pedro Braga, dirigiu-lhe um telegrama informando que a
Câmara havia contraído um empréstimo de três contos de réis para pagamento da
força militar em defesa da cidade que, além da falta completa de víveres,
via-se ameaçada por uma iminente invasão de índios bravios, e, portanto, não
dispunha de semelhante montante. O Cel. Fialho, valendo-se de sua influência,
intercede junto ao Governador João Gualberto, que assume a dívida e autoriza o
envio de trinta soldados do Corpo de Infantaria do Estado para assentarem praça
em Barra do Corda.
Em
1906, esteve à testa do projeto que visava formar uma sociedade para a
aquisição de embarcações a serem empregadas no transporte de cargas através do
rio Mearim e que beneficiaria toda a região do alto sertão, o que foi possível
somente a partir de 1916, quando Manoel José Salomão e, posteriormente,Gerôncio
Falcão, tornaram-se proprietários de lanchas, detendo por muitos anos o
monopólio da navegação no Mearim.
Um
dos mais antigos líderes conservadores de Barra do Corda, seu nome está
intimamente ligado à nossa história, especialmente no campo político. O
historiador Galeno Brandes atribuiu-lhe o caráter de “continuador” do trabalho
iniciado pelo conterrâneo, o fundador Manoel Rodrigues de Melo Uchoa.
Faleceu
em Barra do Corda, no dia 22 de junho de 1923, aos 89 anos[1].
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