MILITÃO BANDEIRA BARROS SEPULTADO EM BARRA DO CORDA

  

    Filho bastardo do Capitão-mor Antonio Bandeira, um dos maiores proprietários e mais respeitáveis da Chapada (hoje Grajaú), tido à época como o fundador da povoação que deu origem à comarca de mesmo nome, “Militão era um liberto, possuidor de grande riqueza. Gostava de leitura, amava os livros e tinha-os em grande quantidade. A literatura e a jurisprudência eram bem representadas em sua casa. Fizera-se advogado, não para viver disso, mas por conveniência partidária e interesse próprio nas muitas questões em que andou envolvido. Grande corpo, cor quase preta, fala mansa e insinuante. Era dissimulado e astuto. No íntimo desse homem civilizado, havia, dizem os que de perto o conheceram, péssimos instintos.” 

    Chefe do partido bem-te-vi na Vila da Chapada, hoje Grajaú, durante os idos de 1839, quando estourou no Maranhão a guerra da Balaiada, da qual tomou parte ativa, inclusive enviando informações e pólvora aos sediciosos, mesmo estando preso na cadeia de São Luís, pronunciado por crime de homicídio. Elevado ao posto de Tenente Coronel e comandante de um batalhão da Guarda Nacional, Militão foi, para uns, figura odiosa e indigesta; para outros, um heroi e libertador. Sua influência como lider e habilidoso estrategista é, contudo, inegável.

    Quando Barra do Corda dependia administrativamente de Grajaú, Militão muito dificultou a vida de nosso fundador, Melo Uchoa, inclusive fazendo-o prender por descumprir suas ordens.

    Militão é hoje lembrado sobretudo pela Academia Grajauense de Letras e Artes - AGLA, chamada Casa de Militão Bandeira Barros, em homenagem àquele que, no longínquo ano de 1827, a idealizara. 

    Como nos informa o “Diário do Maranhão”, de 23 de março de 1857, o velho chefe bem-ti-vi veio a tombar, acometido de febre, em Barra do Corda, onde foi sepultado, em 17 de janeiro de 1857. 

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